quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Drone 100% automático recebe autorização da Anac para circular no Brasil

Os drones estão conquistando cada vez mais espaço no Brasil e no mundo. A utilização desses equipamentos ficou bastante conhecida por aqui depois dos protestos de junho do ano passado, quando o jornal Folha de S.Paulo filmou os manifestantes em imagens aéreas. Desde então, não param de aparecer projetos para popularizar o uso dos objetos voadores.

Por isso, não estranhe se você vir um deles por aí. Ainda mais agora que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou um drone de 7 quilos a operar livremente no país. De acordo com o G1, o Echar 20 é de propridade da empresa XMobots, da cidade de São Carlos (SP), e passa a ser o quinto veículo aéreo não tripulado (VANT) civil autorizado a voar nos céus brasileiros. A companhia já havia obtido em maio de 2013 o primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) para usar o Nauru 500, um outro drone privado de 15 quilos que pode atingir até 78 Km de distância.

O Echar 20 tem 2,13 metros de envergadura, 0,42 metro de altura e é lançado por uma catapulta, responsável por acionar o sistema. Possui alcance de comunicação de até 10 km a partir do terminal de controle em solo, autonomia 100% automática de 70 minutos contínuos e pode alcançar uma altitude de até 3 mil metros. Segundo a Xmobots, o drone vai custar R$ 150 mil e já iniciou as vendas para institutos de pesquisa e desenvolvimento e universidades dos Estados Rio Grande do Sul, Bahia e Mato Grosso, que usarão os aviões para estudos nas áreas de agricultura de precisão e previsão meteorológica.

"É um VANT 100% automático, não precisa de piloto para fazer a decolagem, apenas um operador para acompanhar a velocidade do avião e dar as tarefas", explica Giovani Amianti, o engenheiro mecatrônico que desenvolveu o modelo. "Ele decola sozinho e pousa com um paraquedas", complementa.

Como informa a Anac, o Echar 20 cumpre as normas da Instrução Suplementar 21-002A, expedida em outubro de 2012. A lei determina que VANTs com Cave possam sobrevoar apenas áreas rurais, já que voos em cidades não são autorizados por questões de segurança – o uso só é liberado sob notificação prévia à Aeronáutica.

"Estamos trabalhando em parceria com a Anac há alguns anos para aprender como se faz a certificação, que vale apenas para o meu modelo. Quem compra um, recebe toda a documentação para que possa obter um Cave junto à Anac, que é ligado ao número de série do avião", disse Giovani.

Drones
Até 2013, apenas a Polícia Federal possuía certificação para operar VANTs civis. Além dos modelos da Xmobots, possui autorização para circular pelos céus brasileiros um drone produzido pela Universidade de Brasília (UnB) para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), responsável por fiscalizar mineração ilegal na região. A Força Aérea também possui 4 unidades de drones compradas de Israel, mas que, como não são militares, não precisam de validação da Anac.

A expectativa da indústria nacional de defesa é que ainda em fevereiro a Anac apresente uma proposta que facilite a operação comercial de drones de pequeno porte no país. Até o ano passado, cerca de 200 drones estavam em operação no Brasil sem nenhuma regulamentação para emprego comercial das aeronaves.

Lá fora
Os drones são conhecidos por desempenhar funções que antes dependiam de veículos maiores, como helicópteros e aviões, e buscam ser mais eficientes, baratos e seguros que esses transportes. Em países como os Estados Unidos, a utilização desses aparelhos é bastante comum no exército e outras divisões militares, mas tem se popularizado entre startups e empresas de tecnologia – a Amazon é uma delas, e até apresentou um projeto que prevê fazer o uso desses aviões para fazer entregas.

No início deste ano, a Administração Federal de Aviação norte-americana (FAA, na sigla em inglês) anunciou os primeiros testes com drones em seis Estados do país, onde companhias e universidades poderão testar os dispositivos voadores com finalidades civis e amplliar suas aplicações. As experiências estão previstas para começar em junho e as operações vão durar até fevereiro de 2017, data em que as leis que regulamentam o uso dos drones já estarão em vigor.

A expectativa é que a utilização desses dispositivos aumente nos próximos anos e crie mais de 100 mil novos postos de trabalho, com gastos globais de aproximadamente US$ 11,6 bilhões até 2023 – um aumento de mais de US$ 80 bilhões para a economia dos EUA apenas na primeira década após a integração dessa tecnologia à aviação. Cerca de 7.500 drones devem começar a voar no céu americano nos próximos cinco anos.



Fonte: CanalTech
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