O passo a passo do reflorestamento de um dos principais santuários ecológicos do estado do Rio de Janeiro, a APA Guapi-Mirim, tem hoje a tecnologia ao seu lado além do trabalho de engenheiro florestal, biólogos e especialistas ambientais: um Drone. O equipamento começa a ser utilizado por integrantes do Projeto Uçá, que além de monitorarem o crescimento das mudas, trabalham na sua evolução e no impacto positivo que essas ações podem causar neste ponto, do lado nordeste da Baía de Guanabara.
Na primeira etapa, o Uçá que é administrado pelos Guardiões do Mar e conta com o Patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, já reflorestou 8,7 hectares de mangue. Para se ter uma ideia, somente com o replantio realizado nesta área, o Projeto Uçá neutralizou carbono referente a 462 carros durante um ano.
Apostando e comemorando os resultados positivos, o Projeto Uçá já iniciou o reflorestamento de uma nova área com o objetivo de minimizar esses impactos provocados pelo homem e nesta nova etapa começou a reflorestar 9,0 hectares (90.000 m²).
O terreno já está sendo trabalhado para receber novas mudas. Para realizar as atividades no local, o Projeto Uçá firmou parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, (ICMBio), que através da APA de Guapi-Mirim além da Estação Ecológica da Guanabara desenvolve também , ações efetivas visando a recuperação dos manguezais da Baía de Guanabara. O projeto também firmou parceria com a Estação Ecológica de Carijós em Florianópolis ( para educação ambiental naquela cidade) e Cooperativa Manguezal Fluminense, dentre outras.
Segundo Pedro Belga, Presidente dos Guardiões do Mar e Coordenador Geral do Projeto Uçá o uso da tecnologia será muito importante para ajudar a acompanhar a evolução do trabalho de recuperação do manguezal realizada por toda a equipe do projeto. A ideia segundo ele, é criar também um banco de armazenamento de imagens que ao longo do tempo será importante tanto para a equipe do Uçá como para os parceiros, estudiosos e público em geral.
Belga explica que as imagens aéreas captadas, dependendo da altura em que se elevar o Drone, podem revelar situações importantes para o monitoramento e fiscalização da área. As imagens e os vídeos também serão colocadas à disposição da sociedade como um todo, através dos mecanismos de rede social do Projeto Uçá e no site www.projetouca.org.br.
“ O Drone só será utilizado na área de manguezal que não compõem o espelho d’água da Baía de Guanabara e somente nos limites da APA de Guapi-Mirim. Sabemos da importância desse santuário para o ecossistema da Baía de Guanabara e para a manutenção de diversos organismo vivos que compõem o ambiente. Não estamos falando simplesmente de um reflorestamento. Estamos falando de colaborar com a neutralização de carbono e ainda compartilhar com a sociedade com os resultados desse trabalho. Será importante como fonte de pesquisa e para que as pessoas entendam o significado e importância de preservação do manguezal para a vida como um todo” explicou Pedro Belga.
Projeto alia replantio de manguezais com educação ambiental
Além do reflorestamento de manguezal, um dos objetivos do Projeto Uçá é a realização do trabalho de educação ambiental em oito municípios da Baía de Guanabara. Tornou-se referência nacional com certificado do Ministério do Meio Ambiente por meio do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação e Cidadania Nacional, pela aplicação de boas práticas ambientais e gestão de resíduos sólidos.
O Projeto Uçá leva educação ambiental para escolas, condomínios e associações em geral, para oito municípios do entorno da Baía de Guanabara. A Caravana Ecológica, que é gratuita, é realizada com atividades lúdicas e interativas e está direcionada para crianças, jovens e pessoas da terceira idade. Acontece em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Magé, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Petrópolis e Teresópolis municípios do entorno da Baía de Guanabara que jogam seus dejetos.
Através de um jogo interativo nos “Caminhos do Uçá”, o caranguejo uçá, que dá o nome ao projeto, ajuda os participantes a não cometerem “atos ruins” ao meio ambiente, como jogar lixo no chão ou pela janela do carro. O jogo vai acontecendo e, dicas de boas práticas vão sendo passadas de forma agradável e de fácil assimilação.
“Esse trabalho é um dos mais importantes que podem ser feitos para ajudar a minimizar impactos do “lixo” flutuante despejado diariamente na Baía de Guanabara. Não adianta somente limpar ou fazer ligações de estações de esgoto, tem que educar para que o povo não jogue o lixo em rios, mares e lagoas. Esse mês, quando muitos organismos se dedicam a comemorar o dia do meio ambiente, é bom que essa mensagem sirva de lição e fique gravada. Educação ambiental é coisa séria, e isso deve ser passado de pai para filho e ensinado em escolas “adverte o biólogo.
Fonte: Jornal do Brasil
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